Entre os mais de 20 índices de violência de 2011 divulgados, na tarde desta terça-feira (7), em entrevista coletiva na Secretaria de Segurança Pública do Rio, no bairro do Centro RJ, a maioria apresentou queda, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).

Subiram os sequestros-relâmpago, que aumentaram 62% em comparação de 2010 com 2011, além de roubo de carga (17,3), estelionato (21,6%), “saidinha de banco” (15,5%) e extorsão (37,2%).

No mesmo período, a taxa de letalidade violenta caiu 14,8%, o número de homicídio doloso diminuiu 10,1%, o roubo de rua teve redução de 15,2%, o total de latrocínio caiu 24,4%, os índices de roubo de caixa eletrônico caíram 60,6% e os autos de resistência diminuíram em 38,7%.

Outros crimes que tiveram queda foram: roubo de celular (22,7%), roubo de veículo (6,3%), roubo a transeunte (13,6%), roubo em coletivo (21%), roubo de residência (20,1%) e furto de veículo (16,9%).

O ISP informou que nesta terça foi apresentado apenas um resumo do estudo, que conta com mais de 40 índices de violência.

UPPs e autonomia
Para o subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Segurança, Roberto Sá, a queda na maioria dos índices de violência se deve não só à instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) e ao consequente resgate de áreas dominadas por facções criminosas, mas também ao investimento na área de capacitação e à autonomia dada aos gestores, para que chefes de polícia possam nomear os respectivos comandantes sem interferência politica.

“Lamentavelmente, o marginal da lei não se converte da noite para o dia. Há uma tentativa desesperada de migrar de modalidade do crime. Uma vez percebido esse aumento, haverá medidas corretivas. Em nenhum lugar do mundo há como antecipar o aumento de um crime.
São criminosos que perderam oportunidades de atuar em uma modalidade que era mais fácil de atuar para ele. Sabemos onde é o problema e já temos ferramentas para minimizar esses indicadores”, afirmou ele, ao comentar o aumento de sequestros-relâmpagos no estado.

De acordo com a Secretaria de Segurança, umas das principais ações para este ano são: a inauguração da UPP da Rocinha em março; a substituição do Exército Brasileiro no Alemão e na Penha até junho; a inauguração do Centro Integrado de Comando e Controle, no segundo semestre; a formação de mais de 6 mil novos policiais militares até setembro; e a inauguração da Cidade da Polícia até dezembro.

Beltrame diz que secretaria está preparada para possível greve de policiais
Durante a divulgação dos dados, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que caso haja paralisação de policiais no estado, a secretaria já tem planos para que a sociedade não seja prejudicada.

“Existe um protocolo de ações para atuar em possíveis paralisações, como greve. Quero deixar claro aqui que é compromisso da secretaria e de interesse público a paz e a manutenção da ordem na cidade. A sociedade fique tranquila, porque temos mecanismos para prover a segurança. (…) Espero que sociedade não precise ver essas ações, mas elas estão prontas”, afirmou.

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro da cidade, deve votar o projeto de lei 1184/12, que trata de proposta de aumento a servidores da Polícia Militar, da Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros e de agentes penitenciários, nesta terça.

Já passa de cem o número de homicídios ocorridos durante a greve dos policiais militares em Salvador e região metropolitana iniciada há oito dias, segundo informações confirmadas nesta terça pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).

O secretário afirmou ainda que caso haja greve nas vésperas do carnaval, ele está aberto ao diálogo. “Entendo que a maneira de se conseguir as coisas na vida parte de dois princípios que são a ordem e o diálogo. (…) Minha postura sempre foi de receber, até porque sou policial e sei da dificuldade da luta sindical. Isso não é de hoje, sempre foi assim”, disse Beltrame.

Fonte: G1